sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Diagnóstico - Exame físico


Nesta fase do diagnóstico o médico regista o peso e o estado geral do paciente, observando também se existe palidez, suor ou sonolência e tendo igualmente em conta o estado de ânimo e a sensação de bem-estar, que também são indicadores de uma doença cardíaca. Determina-se também a cor da pele pois a palidez ou uma coloração azulada podem evidenciar que a pele não está a receber oxigénio suficiente através do sangue o que é causado por uma possível disfunção cardíaca.
O médico sente ainda o “pulso” nas artérias do pescoço, debaixo do braço, nos cotovelos, nos pulsos, no abdómen, por detrás dos joelhos, nos tornozelos e nos pés para se assegurar de que é igual em todo o corpo. Controla-se ainda a temperatura e a pressão arterial e as veias do pescoço que, ao estarem ligadas à aurícula direita, dão indicação do volume e da pressão sanguínea do lado direito do coração. O médico pressiona com o dedo a pele dos tornozelos, pernas e parte inferior das costas para detectar acumulação de líquidos (Fig. 12).
Observa ainda a retina do olho e o tórax. Ao observar a retina do olho detecta anomalias nos casos de hipertensão arterial, diabetes, arteriosclerose e infecções bacterianas das válvulas cardíacas. Ao observar o tórax pode concluir se os movimentos respiratórios estão normais, se os pulmões estão cheios de ar (o que é normal) ou não (o que não é normal), se existe líquido na membrana que envolve o coração e cobre os pulmões, se a respiração é normal ou se há obstruções, se os pulmões contém líquido devido a uma perturbação cardíaca e o tamanho do coração e força das contracções durante cada batimento. Pode também utilizar-se um estetoscópio (Fig. 13) para identificar os diferentes sons provocados pela abertura e encerramento das válvulas cardíacas. As anomalias nas válvulas criam turbulências que geram sons característicos, denominados sopros cardíacos. Estes fluxos turbulentos têm origem no
sangue ao passar pelas válvulas estreitas ou que não fechem bem. No entanto, nem todas as doenças cardíacas provocam sopros e nem todos os sopros indicam perturbações cardíacas, pois com o envelhecimento o fluxo sanguíneo tende a ser turbulento não existindo nenhuma doença cardíaca grave.
Por fim examina-se o abdómen para verificar se o fígado aumentou de volume devido à acumulação de sangue nas principais veias que conduzem ao coração, o que indica uma insuficiência cardíaca. Examina-se também o pulso e o diâmetro da aorta abdominal.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Diagnóstico - Estudo Electrofisiológico

Este exame é utilizado para avaliar anomalias graves no ritmo ou na condução eléctrica. Para tal, inserem-se pequenos eléctrodos nas veias, e por vezes também nas artérias, e faz-se com que cheguem às cavidades cardíacas., onde regista o ECG e identificam as vias por onde circulam as descargas eléctricas. O médico pode provocar um ritmo cardíaco anómalo para descobrir se um determinado fármaco é eficaz ou se é necessário uma inversão cirúrgica. É um exame bastante seguro (o risco de morte é de 1 em 5000 intervenções), apesar de ser invasivo e requerer anestesia.

Diagnóstico - Electrocardiograma ambulatório contínuo


Problemas como arritmia ou débito sanguíneo insuficiente para o músculo cardíaco podem verificar-se em qualquer momento, de uma forma breve. Por isso, é necessário o uso de um registador portátil contínuo do ECG. O doente transporta consigo, durante 24 horas consecutivas, um pequeno aparelho com alimentação de bateria (monitor Holter) que grava continuamente o ECG, onde está contida informação sobre a velocidade e a frequência cardíaca. Ao mesmo tempo, o doente regista ao longo do dia, todos os sintomas, para que depois esses sintomas possam ser comparados ao registo do ECG.

Diagnóstico - História Clínica


Nesta parte do diagnóstico o médico questiona o paciente sobre os sintomas que possam evidenciar uma perturbação cardíaca, como a dor torácica, insuficiência respiratória, edema nos pés e tornozelos, palpitações, febre, falta de forças, fadiga, perda de apetite e mal-estar geral. De seguida o médico pergunta sobre infecções, exposição a produtos químicos, uso de medicamentos, consumo de álcool e tabaco, ambiente familiar e laboral, actividades recreativas e ainda se existe algum membro da família que tenha sofrido de problemas cardíacos. As respostas do paciente ajudam o médico a perceber se se poderá tratar, ou não, de uma doença cardiovascular .

Principais métodos de diagnóstico


Para se poder escolher e iniciar um tratamento é necessário certezas sobre o problema que afecta o paciente. Para tal, utilizam-se determinados exames e procedimentos clínicos. O diagnóstico baseia-se e inicia-se na história clínica e num exame físico realizado pelo médico no consultório, sendo depois utilizados determinados exames médicos que confirmam um diagnóstico inicial e determinam a gravidade e consequências da doença.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Musculatura do coração

O coração é composto por um único músculo, o miocárdio, que envolve todo o coração e origina o bombeamento do sangue, quando se contrai. As contracções do miocárdio são controladas pelo sistema nervoso, não sendo portanto necessariamente constantes.
O miocárdio pode ser dividido em duas partes: o epicárdio, que é a parte mais externa da parede muscular (miocárdio) e o endocárdio, que é a parte mais interior do miocárdio.O miocárdio é um músculo especial, pois o tecido muscular é composto por cardiomiócitos. Os cardiomiócitos são células musculares excitáveis com capacidade autónoma, ou seja, podem originar contracções musculares constantes e cíclicas, sem necessidade de receber informação do cérebro. Isto é possível devido a movimentações de iões, que são átomos com carga eléctrica, existentes na célula.

Válvulas


Existem 4 válvulas no coração humano e todas elas têm a capacidade de se abrirem e fecharem de forma a permitir ou a impedir a passagem do sangue para as várias cavidades do coração, para que assim o sangue flua sempre na direcção correcta e na quantidade correcta.

Ø A válvula tricúspide regula o fluxo do sangue entre a aurícula direita e o ventrículo direito.
Ø A válvula pulmonar abre-se permitindo ao sangue ser bombeado do ventrículo direito para os pulmões.
Ø A válvula mitral regula o fluxo do sangue entre a aurícula esquerda e o ventrículo esquerdo.
Ø A válvula aórtica permite que o sangue seja bombeado do ventrículo esquerdo para a artéria aorta.

Estrutura interna do coração


1. Aurícula Direita

2. Válvula Tricúspide

3. Ventrículo Direito (via de entrada)

4. Ventrículo Direito (via de saída)

5. Válvula Pulmonar

6. Artéria Pulmonar

7. Aurícula Esquerda

8. Septo Inter ventricular

9. Ventrículo esquerdo

10. Válvula Mitral

11. Artéria Aorta

Anatomia topográfica do coração

Anatomia externa do coração:

1. Veia Cava Superior

2. Veia Cava Inferior

3. Aurícula Direita

4. Ventrículo Direito

5. Ventrículo Esquerdo

6. Artéria Pulmonar

7. Artéria Aorta

8. Artéria Coronária Direita

9. Artéria Coronária Descendente Anterior

10. Aurícula esquerda

11. Veias Pulmonares

Sistema de bombeamento do sangue























Sistema direito:

O sangue de todo o corpo chega ao lado direito do coração através das veias cavas, tanto superior como inferior, e entra na aurícula direita devido ao relaxamento muscular que se faz sentir dentro desta cavidade do coração. Com a abertura da válvula tricúspide, o sangue entra depois no ventrículo direito. Quando o ventrículo fica cheio de sangue, a válvula tricúspide fecha, a válvula pulmonar abre e os músculos da parede do ventrículo direito, contraem-se forçando o sangue a entrar na artéria pulmonar e a dirigir-se para os pulmões, onde será purificado. O tipo de sangue que percorre este sistema de bombeamento do coração, possui alto nível de dióxido de carbono e baixa concentração de oxigénio – tem a designação de sangue venoso.

Sistema esquerdo:

Este sistema é percorrido unicamente por sangue arterial. Este sangue contrariamente ao sangue venoso possui altos níveis de oxigénio e baixos níveis de dióxido de carbono.
O sangue arterial chega ao lado esquerdo do coração, vindo dos pulmões, através das veias pulmonares e entra directamente na aurícula esquerda. Quando a válvula mitral abre, o sangue entra na ventrículo esquerdo, até a cavidade se encontrar completamente cheia. Em seguida a válvula mitral fecha, a válvula aórtica abre e o sangue é bombeado para a artéria aorta, através da contracção dos músculos da parede do ventrículo esquerdo. Estes músculos são os mais fortes de todo o coração, pois é necessário força suficiente para que o sangue chegue a todas as células do corpo.

Anatomia da superfície do coração

Tal como qualquer músculo, o coração necessita de receber oxigénio para puder funcionar sem problemas. Por isto mesmo, o coração é irrigado por um conjunto de artérias, denominadas artérias coronárias e que têm origem na artéria aorta. De entre este conjunto existem as principais artérias: a artéria coronária direita e a artéria coronária esquerda. A artéria coronária esquerda divide-se, depois, em artéria descendente anterior e artéria coronária circunflexa.